As atividades do primeiro semestre de 2022 do Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero chegaram ao fim! A nossa ação de extensão Construindo Diálogos “Sobrevivência e Oralidade: (ins) escrevendo vozes, corpos e existências” teve seu último encontro no dia 07 de julho, com a exposição de Natalia Silveira de Carvalho, professora e advogada, e de Ana Maria Klein, professora da UNESP do campus na cidade de São José do Rio Preto e membro da Coordenadoria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (CAADI).
A professora Natalia apresentou um pouco sobre sua pesquisa diante da temática da violência de gênero e da resistência feminista na Universidade. De acordo com uma citação da própria Lídia Possas, coordenadora do LIEG, a vivência no espaço universitário é perpassada por relações cotidianas e práticas essencialmente misóginas, conservadoras, elitistas e, de fato, contraditórias, pois não condizem com os discursos e a retórica de pessoas “esclarecidas”. A resistência com relação à violência nas universidades representa uma transformação significativa do espaço, que agora é palco do alargamento dessas frentes feministas.
As experiências femininas na Universidade, enquanto uma ideia que inclui também como corpos femininos são afetados, precisa ser analisada nesse espaço estrutural de produção e reprodução social de práticas sexistas, racistas e LGBTQIA+fóbicas. É nesse sentido que a violência de gênero e sexual atravessa a vida de diversos sujeitos no ambiente universitário, na medida em que é instrumento de manutenção e poder desse ordenamento, que marginaliza e violenta determinados corpos.
Nesse cenário, as resistências permanecem na luta e as universidades ainda têm muito trabalho pela frente, no sentido de responsabilização e atuação contra práticas de violência em seus ambientes. A fala de Ana Maria Klein nos auxiliou a visualizar quais são as melhores iniciativas e como proceder nesses casos. Segundo a professora, a UNESP tem desenvolvido uma série de ações educativas e regimentais que visam o enfrentamento à violência na Universidade. Para Klein, a institucionalização de tais políticas se consolidam com a criação, em 2022, da Coordenadoria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (CAADI).
Precisamos dar visibilidade e apoiar a instauração de políticas e de coordenadorias que visam à equidade, respeito e promoção dos direitos. São tempos difíceis para as mulheres e para os “desviantes”. O Brasil não dá descanso e nas universidades, enquanto reflexo da nossa sociedade, não é diferente. O trabalho que o LIEG tem realizado demonstra sua importância todo dia, na medida em que os casos de violência nas universidades não cessaram, mas encontram barreiras quando se chocam com nosso trabalho e movimentação.