As atividades do segundo semestre de 2022 do Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero continuam! A nossa ação de extensão Troca de Saberes e Vivências: “Violência de Gênero nas Universidades brasileiras e latino-americanas” teve seu segundo encontro no dia 15 de setembro, com a exposição das pesquisadoras do LIEG, Beatriz Labadessa e Bruna Silva.
A discussão da atividade foi norteada pelo texto intitulado As contribuições científicas para a prevenção e superação da violência de gênero nas Universidades, escrito por Daniela Bellini e Roseli de Mello, o qual apresenta o escopo do debate mais amplo sobre a ocorrência da violência de gênero nas instituições de ensino superior. Nesse sentido, as autoras pretenderam evitar relativizar, duvidar ou menosprezar a dor e o sofrimento das pessoas vítimas dessas práticas, na medida em que o olhar mais sensível diante essas sujeitas ou sujeitos, é essencial para construção da teoria sobre a temática ou mesmo dos mecanismos de prevenção e acolhimento.
Reforçamos que violência de gênero não é sinônimo de violência contra mulheres, apesar destas serem também a maioria vítimas desse fenômeno nas universidades. Para compreender esse contexto e cenário conflituosos e hostis nesses espaços de ensino, as autoras afirmam:
A universidade não é descolada da sociedade na qual estamos inseridas (os), infelizmente há reprodução de comportamentos violentos em seu contexto, além disso, existem estruturas hierárquicas, dinâmicas permissivas e sexistas que criam um âmbito de hostilidade e culpabilização das vítimas, e a naturalização da violência nos relacionamentos. (Página 30 do texto)
No encontro, as falas, discussões e análises foram intensificadas com a apresentação das pesquisadoras do LIEG. Nesse sentido, antes mesmo da exposição sobre os dados nacionais e internacionais levantados pelas autoras no texto, a maioria, dos que estavam presentes na reunião, conseguiu criticar, avaliar e demonstrar as consequências e a manifestações da violência de gênero em cada contexto vivenciado e experienciado. Isso foi muito importante, pois expor sobre os caminhos dialógicos e científicos para uma universidade livre da violência, apontados no texto, se tornou essencial para fechar o encontro.
Por fim, no nosso encontro, foi possível realizar aquilo que as autoras afirmam ser a melhor escolha e estratégia de combate e prevenção da violência de gênero na Universidade:
[…] um modelo dialógico de prevenção e resolução de conflitos é essencial para superarmos a problemática, partindo do pensamento de Paulo Freire (1992) que indica que mudar é possível, e que essa mudança em se relacionar com as outras pessoas seja permeada pelo diálogo, amorosidade, respeito e confiança. (Página 44 do texto).