O Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero/LIEG vem desenvolvendo ao longo do primeiro semestre de 2023 a atividade extensionista “A luta feminista no espaço acadêmico: pesquisas qualitativas, diagnósticos e novos saberes” em parceria com o GT Gênero/ANPUH São Paulo, IPPMar e universidades convidadas. Já tivemos a presença de:
- Professora Lídia Possas (UNESP-FFC), coordenadora do Laboratório, apresentando a proposta da atividade, no dia 20 de abril de 2023;
- Professora Simone Capellini (UNESP-FFC), discutindo “Pesquisa e comissão de ética na área das humanidades”, no dia 4 de maio de 2023;
- Professor Thiago Ávila (UniCEUB), que nos apresentou seu artigo “O desenvolvimento da criminologia feminista no Brasil” no dia 18 de maio de 2023;
- Professora Emília Barbosa (University of Science and Technology – Missouri/USA), que nos dias 1 e 8 de maio nos trouxe a discussão sobre o livro The Feminist Killjoy, novo livro da autora Sara Ahmed.
Na última quinta-feira, dia 15 de junho, tivemos a presença da professora Flor de María Gamboa Solís, professora e pesquisadora na Faculdade de Psicologia da Universidade Michoacana de San Nicolás de Hidalgo, no México, onde é também coordenadora da Red de Enlaces Académicos de Género. Desenvolve um trabalho investigativo a partir da articulação do feminismo e da psicanálise para documentar, estudar e teorizar os processos de produção e reprodução das desigualdades que se originam na diferença sexual. A professora Solís está particularmente interessada na questão da violência de gênero, bem como na investigação das formas discursivas que modelam negativamente a sexualidade feminina e reproduzem estereótipos de gênero em espaços públicos e privados.
Na atividade, fizemos a discussão do seu artigo “Acoso sexual em la Universidad: de protocolos y protocolos”, que apresenta uma reflexão feminista sobre assédio sexual nas universidades, com base na análise da aplicação do Protocolo contra a violência de gênero na Universidade Michoacana de San Nicolás de Hidalgo (2017), para mostrar que os protocolos só podem servir às autoridades universitárias como “rótulos” de responsabilidade social e moralidade, podendo até ser encarados como um desafio para os agressores e não como proteção para as pessoas afetadas.
A presença da professora Flor de Maria Solís fortalece dois dos compromissos fundamentais do Laboratório Interdisciplinar de Estudos de gênero/LIEG: a interdisciplinaridade e também a criação de parcerias internacionais. Como coloca nossa coordenadora, Lídia Possas, o diálogo transnacional fortalece o enfrentamento da violência de gênero na universidade, assumindo uma política educacional e pedagógica que toma corpo e propõe ações e medidas de prevenção, enfrentamento e acolhimento frente à todas as formas de violência. É responsabilidade nossa acreditar, investir para erradicar.
Segue abaixo uma galeria de fotos do encontro: