Escritora nigeriana ressalta: Hoje todos devemos ser feministas!!!

Chimamanda Ngozi Adichie. Ngozi Adichie, escritora nigeriana ( 1977), autora de livros aclamados como Meio Sol Amarelo e Americanah diz não se interessar por  teorias,  e sim pela “tessitura da vida”.  Desde cedo interpretou o seu lugar, o vivido  onde as relações , sempre conduzidas pela misoginia a levou a se posicionar.

A conheci , pela internet, quando ministrava uma disciplina de Introdução à  Historia( 2010)   para o Curso de Graduação de Relações Internacionais/UNESP, campus de Marília. Sua fala refletia sobre como  a produção da Historia,  passa  pela olhar de que escreve e de suas intenções;  Sua palestra: O perigo de uma história única(2009-,https://www.youtube.com/watch?v=EC-bh1YARsc)  foi assistida por milhões pessoas  e nela o  alerta sobre os estereótipos que confundem, que excluem

Em 2012, devidamente situada no tempo, escreveu Todos devemos ser feministas, que  alcançou grande  sucesso . A palestra, sobre feminismo e discriminação sexual, atraiu artistas, como Beyoncé, que usou parte do texto para um das canções de seu disco Lemonade. O lema  foi convertido em em livro (publicado no Brasil pela Companhia das Letras com o título Sejamos Todos Feministas). Recentemente publicou uma continuação: Para Educar Crianças Feministas, um livro-carta dirigido a uma amiga que lhe perguntou como inculcar em sua filha os valores feministas.

Chimamanda prossegue defendendo suas ideias em um mundo que  a cada dia  se polariza, se faz violento  e com discursos de ódio…Em uma entrevista dada ela fez questão de enfatizar:  ” para o meu feminismo se trata de um aprendizado, de uma viagem constante, de pensar em como fomos socializados e qual é meu lugar no mundo. Também precisamos trabalhar com os homens, ensiná-los. A masculinidade é uma coisa terrível, é violenta para eles. Sempre digo a meus amigos que eu nunca recebi este  comunicando que era um ser inferior

Entrevista:  El Pais – Brasil ., por CLAUDIA SALAZAR JIMÉNEZ em 11/10/2017

https://brasil.elpais.com/brasil/2017/10/01/cultura/1506882356_458023.html?%3Fid_externo_rsoc=FB_BR_CM&fbclid=IwAR1n7q_eQGlHLArHjEOVOezCuIuLDPPeqQY1msZkMHJpPRxPpPmIGfgZ1N0emora

 

Violência contra as Mulheres no Brasil: 1.830 casos/hora

O Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Publica  com o tema  “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, é divulgado hoje, dia 26/02/2019.

Casos e mais casos foram registados com depoimentos , relatos de mulheres agredidas  e,  de pessoas que viram  cenas de violências e agressões .

Os números são elevados:”  77% das pessoas entrevistadas entre 16 e 24 anos relataram terem visto alguma situação de assédio ou agressão nos últimos 12 meses. A porcentagem é menor em todas as demais faixas de idade – chega a 40%, para entrevistados com mais de 60 anos”. Universa UOL

No ambiente escolar  o reconhecimento da violência é de 65% para pessoas com ensino médio e superior., sendo que no Ensino Fundamental o percentual é de 48%…. –

Diante da comemoração do Dia Internacional da Mulheres podemos confirmar que houve  certos avanços e conquistas femininas nos últimos anos em nosso país , porém muito que  se há de enfrentar para que a equidade de gênero seja de fato  uma realidade e o respeito às mulheres seja um principio em nossa sociedade .

 

Veja mais em https://universa.uol.com.br/reportagens-especiais/violencia-a-mulher-no-brasil-e-onipresente-por-conhecido-ou-nao-dentro-ou-fora-de-casa-e-em-todas-as-idades/index.htm#ausencia-de-dados-estatisticos?cmpid=copiaecola

Por que os homens tratam a mulheres como objeto? Por que matam? Não aceitam perder a posse?

Uma ampla investigação vem sendo realizada no campo da psicologia, com  terapeutas e especialistas da área  cognitiva comportamental  para explicarem  as razões de crimes cometidos  por homens que não aceitam a perda da ” posse”  das mulheres e por isso  as matam.  Nesse caso há a tipificação do feminicídio, instituído pela Lei nº 13.104, de 9/03/2015 que alterou o Art. do Código Penal ( de  7/12/1940 ) para  o “feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio , no rol dos crimes hediondos” .

A preocupação  é  construir um perfil dos feminicidas  que em geral apresentam uma masculinidade exacerbada , aproximando-se  muitas vez de uma covardia patológica quando em seguida ao ato,  cometem suicídio.

Varias questões  são colocadas:Como lidar com os assassinos? Há saída para os agressores? Qual seriam as alternativas educativas para as novas  gerações de “meninos-homens?

Síndromes como o ” narcisismo patológico “,  que reforça  a  consciência  de ” quem manda nele é ele” ,  de sentimentos de  autoproteção exagerada, de rigidez de pensamento , de coisificação do outro  levando a  criação de uma defensividade impulsiva automática foram apontados por varias(os)  entrevistados da área.

A matéria  completa consta em

https://www.jcnet.com.br/Geral/2019/02/homens-mal-resolvidos-se-acham-donos-e-assassinam-mulheres.html

Pesquisa demonstra o ” medo”das mulheres de transitar nos espaços urbanos !!!

Uma pesquisa que ouviu 2.560  coordenada pela Organização Internacional de combate à pobreza – ActionAID   em vários países, apresentou estatísticas preocupantes frente ao assedio  sexual: as brasileiras com 53% na faixa etária de 14 -21 anos  apontam  medo de serem assediadas, seguidas pelo Quênia  com, 24%,  a Índia, 16% e Reino Unido ,14%.

O assedio  é praticado  pessoas da família e amigos  das jovens entrevistadas ( 34%)  e  uma parcela das testemunhas relataram comportamentos abusivos e depreciativos contra as  meninas .

O estudo indicou a necessidade  de se criar alternativas para ” acolher”  meninas que sofreram qualquer  forma de molestação. Piadas em tom agressivos, ironias e exposição publica de casos além de uso indevido nas mídias digitais vem provocando debates  visando esclarecimentos  e a criação de estrategias   de enfrentamento das situações que a cada dia são denunciadas.

A Escola  em todos os níveis  de ensino,, não pode se abster de orientar e conscientizar professores  e estudantes  para uma situação que não deve ser silenciadas por medo e tabu!!. Nuca mais!

53% das adolescentes e jovens brasileiras convivem com medo diário de assédio, mostra pesquisa da ActionAid

Mulheres Ex Lideres da ONU formam um Grupo em Defesa do Multiculturalismo !!!

Three Ex-UN Leaders Form a Women’s Group to Save Multilateralism – Três Mulheres , ex- lideres da ONU  formam um “ grupo” para salvar o multiculturalismo

By Dulcie Leimbach on Feb 21, 2019 05:38 pm

 A matéia inicia  com uma imagem  de  um encontro que houve em  Dakar de funcionárias da ONU Mulheres Senegal e outras agências da ONU que  participaram de  uma apresentação sobre assédio sexual no local de trabalho como parte das atividades do  Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher, 2016.

A  partir daquele momento  concebeu-se a ideia  de formar um Grupo  cujo objetivo é reunir ex-colegas do sexo feminino da ONU que também  ocuparam  altos cargos para “se associar e levantar  as vozes em assuntos relacionados à igualdade e ao multilateralismo das mulheres”, disse Susana  Mabel Malcorra (18/12/1954 em  Rosário/AR)uma das três mulheres que fundaram o grupo. “Até agora, somos mais de 25 e continuamos adicionando” As demais   (ex-líderes da ONU)  são :  Helen Clark ( 26/02/1950), neozelandesa , formada em Política  sendo ex-primeira ministra em seu país entre 1999-2008 e também  ocupando a direção  do Programa de Desenvolvimento da ONU entre 2009-2017;  Irina Bokova !12/07/1952)  foi deputada no  Parlamento Búlgaro em duas legislaturas. Possui formação em Relações Internacionais no Instituto de Moscou e na Universidade de Maryland, sendo   Diretora Geral da Unesco  entre 2009 -2017.

As três mulheres  estão afiliadas a diferentes academias, think tanks [1]e organizações não-governamentais. A ideia da iniciativa, que não tem financiamento externo ainda, veio de uma conversa entre nos três , disse Malcorra, no debate anual da Assembléia Geral anual do último outono.

“Sentimos que, como candidatas a se tornarem SG” – secretário-geral – “seria muito poderoso lançar isso juntos”. A Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto da Mulher (CSW) delibera sobre essa açõ de 11 dias no dia 11 de março. Eles usarão suas redes  pessoais no Twitter para promover o grupo eas  hashtags: #WomenLeadersForPositiveChange; #WomenForMultilateralism; e #WomenLeadersForInclusiveChange.

Uma pergunta se colocou diante da inciativa:  O que as mulheres podem trazer ao multilateralismo diferente do que os homens podem oferecer? “O que as mulheres sempre trazem para a mesa: uma perspectiva diferente e enriquecedora”, disse Malcorra. “Mas o multilateralismo também é fundamental para o avanço das discussões políticas sobre gênero, como na  Conferência de Pequim/1995 onde as mulheres provaram . A CSW não está se movendo como previsto e devemos continuar pressionando ”.

[1] Think tanks são instituições que se dedicam a produzir e difundir informações sobre temas específicos. Seus objetivos são influenciar ideias na sociedade e decisões na política. Em um mundo cujos problemas políticos e sociais são complexos e os cidadãos muitas vezes não têm tempo para se aprofundar nas discussões. Os think tanks se apresentam como defensores de alguma solução. A expressão, do inglês, geralmente é traduzida para o português como “laboratório de ideias”

Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2017/12/01/O-que-s%C3%A3o-think-tanks.-E-como-eles-influenciam-a-pol%C3%ADtica

 

Ver https://www.susanamalcorra.com/en/home/.

Estudantes de Medicina /UNIFRAN/Franca coagem alunas a aceitar tentativa de coito….

As estudantes  calouras  do curso de Medicina da UNIFRAN  tiveram que se ajoelhar e prestar juramento, nessa 2ª feira, em Franca como cerimonia de “trote “dos veteranos , Houve protestos, notas de Repudio por parte da comunidade acadêmica  e a Reitoria da  instituição advertiu que serão tomadas medidas  com punição severa  para os estudantes que  investiram nesse  portamento abusivo no espaço acadêmico, onde há uma formação seletiva e de  princípios que norteiam as atividades discentes e docentes.

Veja a matéria na integra no site

https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2019/02/trote-que-coage-alunas-a-jurar-nao-recusar-tentativa-de-coito-gera-reacao-em-sp.shtml .

Usos da Tatuagem em homens e mulheres : pratica repugnante?

O livro Tatuagens de criminales y prostitutas ”  dos médicos Eugenio Lacassagne, Albert Le Blond  e Arthur Lucas, demonstra  como esse procedimento de tatuar seus corpos  em  homens e mulheres  no sec. XIX, eram  vistas  por uma  ciência  decimónica ( antiguada)  como uma característica de  “pessoas  perigosas” ( criminosos e prostitutas)  e seu uso era considerado  uma pratica ignóbil para as sociedades civilizadas da época .  Dessa maneira  como aspectos  de um barbarismo , seus  usuários eram enviados para a prisão, asilos, reformatórios ou coloniais penais  de modo a afasta-los  do convívio social. Era algo repugnante!!!

Para consolidar ainda mais essa representação  foi associada à uma  doutrina   relevante para identificar  a  formação criminal  das pessoas. Criada  nesse momento como parte da  criminologia  teve sua  divulgação conduzida pelo professor  de Turin –  Cesare Lombroso-  que reduziu  características biológicas à condição de  criminosos.

Ver em Errata Nature rescata los estudios realizados hace más de un siglo por tres médicos sobre “una costumbre rara” practicada por “individuos peligrosos”

https://www.publico.es/culturas/tatuajes-coto-criminales-y-prostitutas.html

 

 

O Enigma da Viuvez . Vivencias e Sensibilidades. Anos 60-80

 

Lançamento do livro ” O enigma da Viuvez (2019). É o resultado de uma pesquisa sobre a “viuvez”  durante na Ditadura Militar bno Cone Sul , focando dias cidades nos anos 60-80:  São Paulo/Brasil e Córdoba/Argentina . Compra no dite da  Editora  CRV

https://editoracrv.com.br/produtos/detalhes/33646-crv

Release: A proposta foi  analisar  como esse estado civil  traduz -se em  uma identidade individual sendo  a sua construção uma das mais longevas ao pensarmos o processo civilizatório . Revela-se  com  práticas distintas quanto as relações de gênero ao diferenciar os comportamentos femininos e masculinos diante da morte e do luto. Trata-se,  de um “conceito” que interiorizado pelas pessoas e comunidades  reforça determinadas atitudes e comportamentos que se auto referenciam por  ritos de passagem e a convivência social. Ser viúva/viúvo na longa duração histórica apresenta variações no tempo e espaço, porém permaneceu com práticas e regras de bem vestir, de bem agir, de bem falar… Durante o Estado de exceção na America Latina  diante do desaparecimentos de pessoas,  a viuvez assumiu outras formas de ser  que fugiram as suas tradicionais .

Homossexualidade ainda é crime em muitos países!! Leis de descriminalização avançam …

Ser  homossexual ainda é ” crime” em muitos países !!  Uma legislação rígida  pune com prisão e  pena de morte. Gays,  lésbicas e transexuais ainda são tratados como criminosos. É a chamada “homofobia de Estado”.

O Trabalho da Associação internacional/ILGA (International Lesbian, Gay, Bisexual, Trans and Intersex Association) é monitorar  leis relacionadas ao tema há 12 anos e até o ano passado registrou  a sua existência em 71  países onde as relações entre pessoas do mesmo sexo são consideradas crime.

A Índia  conforme informa a ILGA, alcançou uma vitoria com a decisão da Suprema Corte  do país   ao  descriminalizar a homossexualidade . Esse tipo de discriminação é interpretada como uma violação dos direitos fundamentais no país asiático.

Angola, pais  também em decisão histórica, no dia 24/01/2019  descriminalizou a homossexualidade, retirando  “de seu código penal uma cláusula sobre os “vícios contra a natureza”, interpretado como uma “proibição de todo comportamento homossexual”, Era uma legislação que foi criada ainda  no período colonial..

https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/09/10/homossexualidade-ainda-e-criminalizada-em-mais-de-70-paises.ghtml

http://br.rfi.fr/africa/20190124-angola-descriminaliza-homossexualidade

Ensinar gênero não é doutrinação: é preciso levar em conta a diversidade e a complexidade humana

Em um artigo para o NewStatesman( janeiro/2019) , intitulado “A reação contra a ” ideologia de gênero” deve ser contida” Judith Butler reflete sobre os significados da  diversidade de gênero como uma “construção social” historicamente contingencial   que nos amplia  perspectivas  e formas  de liberdade política, permitindo  que pessoas vivam com seus gêneros “dados” ou “escolhidos”, sem temor ou discriminação  enfrentando o medo diabolizado pela “ideologia de gênero”. Uma outa vertente   coloca a  há distinção divina entre os sexos, como uma realidade dada por Deus  e unica.  Vivemos em um outro  momento  histórico onde os indivíduos tem  que ter o direito ás suas escolhas sexuais.

https://www.newstatesman.com/2019/01/judith-butler-backlash-against-gender-ideology-must-stop