Participação LIEG (UNESP/MARÍLIA) 13º Congresso Mundos de Mulheres e no Seminário Internacional Fazendo Gênero 11

O Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero (LIEG/UNESP/MARÍLIA) junto com suas pesquisadoras participará do 13º Congresso Mundos de Mulheres que acontecerá conjuntamente com o Seminário Internacional Fazendo Gênero 11 entre os dias 30 de julho a 4 de agosto de 2017 em Florianópolis, SC, Brasil, no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A temática do encontro será “Transformações, Conexões, Deslocamentos” e terá como objetivo ampliar o espaço de diálogo ouvindo outras vozes, outras propostas valorizando saberes e ampliando horizontes de estudo e ativismo. A proposta é estimular o pensamento e propor perspectivas inclusivas para os estudos feministas e possibilidades de construção feminista.

Estaremos propondo um Simpósio Temático intitulado: Gênero e violência(s): dimensões subjetiva, histórica, social e cultural” que terão como coordenadoras as professoras Hillary Carroll Hiner (Universidad Diego Portales) e Lidia Maria Vianna Possas (Universidade Estadual Paulista).

Nossas pesquisadoras farão a apresentação de suas pesquisas e terão a oportunidade de cruzar experiências, discutir suas pesquisas e ampliar o debate sobre as questões de gênero, feminismo, violência, educação, entre outros.

Dentro deste Simpósio Temático faremos a apresentação dos seguintes trabalhos: “O espaço acadêmico e a vulnerabilidades das minorias. Violência de Gênero e a Cultura do estupro: experiências, formas de resistências e história” Lidia Maria Vianna Possas e “Falar ou Callar? Realidades de mulheres sobreviventes frente a violência doméstica. Brasil e Uruguai (2002-2006)” Camila Rodrigues da Silva. As apresentações serão nos dias 3 e 4 de agosto das 8h30 às 12h.

Nossa pesquisadora Natália Cristina Sganzella de Araújo integrará sua pesquisa no Simpósio Temático intitulado “Juventudes, gênero, feminismos e direitos humanos: interlocuções a partir dos deslocamentos, rupturas ou recorrências nas transições geracionais” com a pesquisa “Observando gênero no Ensino Médio: uma análise da produção de conteúdos didáticos de Sociologia sobre gênero oferecidos pela Secretaria Estadual de Educação de São Paulo”. Sua apresentação será no dia 1 de agosto.

Por fim teremos a apresentação na categoria pôster da pesquisadora Stephanie Gaspar intitulado “Gênero e representações: trotes e festas no ambiente universitário”.

Fique ligado(a) que logo mais postaremos mais informações.

Para saber mais acesse o site do evento: http://www.fazendogenero.ufsc.br/wwc2017/

Alemanha e a aprovação do casamento Gay no Parlamento

Em uma discussão vem sendo enfrentada, com resistências, desde 2010. quando a Convenção Européia dos Direitos Humanos ( com 47 juízes) não estabeleceu em seu texto direito ao casamento homossexual.
Após um longo período de discussões e decisões individualizadas à favor, por parte parte de alguns países, a Alemanha, no dia 30/06/2017, uma dos mais resistentes, conseguiu garantir o apoio dos deputados do Parlamento e garantir a aprovação do projeto, inclusive com a revisão do posicionamento resistente da Sra. Merkel,
Com uma maioria expressiva, depois que ela liberou deputados do seu partido, a União Democrata Cristã/CDU a votarem conforme a posição individual de cada um..
Nesse momento , caso haja a positividade, a Alemanha será mais um país dentre os 13 existentes ( dos 20 países europeus) que aceitam legalmente casamentos entre pessoas do mesmo sexo.
As conquistas de direitos tem avançado, não sem resistências em cada uma em seu tempo.


(Foto: Tobias Schwarz / AFP)

52 opções de gênero. É possível?

A revista Época publicou recentemente uma matéria sobre as 52 possíveis opções de identidade sexual no Facebook. O site Hypeness divulgou que em Nova Iorque, a Comissão dos Direitos Humanos decidiu oficializar 31 diferentes tipos de gênero. Nós do Cultura e Gênero trazemos estas discussões para pensarmos acerca das diversas formas de identificação. A questão central nos propõe um dilema entre o que é biológico e o que é socialmente construído, elucidado pela matéria da revista online AzMina.

O Facebook disponibilizou tipos de gênero para selecionarmos ao preencher nossos perfis pessoais na rede social. Porém, notamos que estas inúmeras classificações giram em torno de identidades centrais, são como diferentes termos para um mesmo significado. Para endossar a discussão o antropólogo Luiz Mott diz que algumas minorias de gênero tem inventado subcategorias que só os membros do próprio segmento as usam e acrescenta que ainda não é possível saber se isso foi uma iniciativa para chocar ou se levará à uma conquista de cidadania plena para estas minorias.

Já o psicólogo Klecius Borges defende que os termos são tentativas de demonstrar a subjetividade emocional, física e comportamental que quebraria com os binarismos da nossa cultura ocidental. Porém, acrescenta Alexandre Saadeh, coordenador do Ambulatório de Transtorno de Identidade de Gênero do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, que quando se especifica demais, perde-se o foco e passa-se a concentrar em detalhes que não importam.

A bióloga Anne Fausto-Sterling põe em cheque os pressupostos das ciências biológicas. Acredita que há muito de construção social na atribuição do sexo biológico. A medicina trata o Intersexual (pejorativamente conhecido como hermafrodita) como anormal, mesmo quando a criança nasce saudável, julgam necessário procedimento cirúrgico para a adequação binária de sexo. Ela aconselha esperar a adolescência ou a vida adulta, que é quando a pessoa tem a capacidade de decidir por si mesmo.

Acreditamos que a discussão de gênero e sexo é importante para lidar com os preconceitos de nossa sociedade. Tudo o que é desconhecido e não falado gera um estranhamento. E para construirmos uma nova forma de sociabilidade é válido estimularmos este tipo de diálogo.

É importante pontuar a diferença entre gênero e sexo. O sexo diz respeito à genitália e o gênero à forma como construímos socialmente nossa identidade. O sistema ocidental tradicionalmente é binário e impõe uma forma de comportamento em concordância com o sexo biológico. Essas três matérias disponibilizadas trazem à tona a emergência da discussão como uma busca de possibilidade plena de existência.

 

Como foi criada a heterossexualidade que conhecemos hoje?

O dicionário médico Dorland, de 1901, definiu a heterossexualidade como “um apetitite anormal ou pervertido em relação ao sexo oposto”

Mais de duas décadas depois, em 1923, o dicionário Merriam Webster definia a orientação sexual como “paixão sexual mórbida por alguém do sexo oposto”. Apenas em 1934 a heterossexualidade teve o significado atualizado: “manifestação de paixão sexual por alguém do sexo oposto”

Veja o texto completo publicado no uol.

https://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2017/06/11/como-foi-criada-a-heterossexualidade-como-a-conhecemos-hoje.htm

 

Estudos feministas Las Madres: Desde el dolor y la esperanza

Gostariamos de divulgar o trabalho de Investigação do Observatório Audiovisual e Investigativo, que evidencia a luta das mulheres de distintos países latino americanos que enfrentaram o excesso de poder  e as arbitrariedades cometidas pelos  Governos militares . Nesse caso trata-se de uma situação comedida na Colômbia onde mulheres indígenas e afro descendentes foram vitimas de muitas atrocidades.

Segue abaixo uma parte do trabalho, em espanhol, pela militante Fabíola Lalinde:

“MILITANTE DEL PARTIDO DE LAS MAMÁS / 25 años recorriendo los caminos de la noche y de la niebla en la búsqueda de los desaparecidos, es una experiencia que no se adquiere ni en la mejor universidad del mundo. A raíz de mi trabajo permanente con familias afectadas y víctimas del conflicto armado que padecemos los colombianos desde hace más de sesenta años, pude constatar que somos las mujeres en general y las madres en particular, quienes en la práctica llevamos la peor parte y las más afectadas por  todas las formas de violencia que han ido surgiendo paralelas al conflicto interno. De un día para otro y sin previo aviso, nos convertimos en papá, mamá, amas de casa, empleadas en un trabajo u ocupación remunerada. Investigadoras y, además, dedicarle tiempo a la búsqueda del hijo, del hermano, del padre o del esposo, en el caso concreto, tanto de los hombres como mujeres desaparecidas o víctimas de ejecuciones extrajudiciales. Definitivamente, los hijos son el motor que mueve nuestra existencia, nos llevan a realizar proezas jamás imaginadas. Son nuestra fortaleza espiritual y moral que nos mantiene en pie de lucha por la defensa de sus vidas y de sus derechos.  En este transitar, además, conocí de cerca el drama de las madres y familias de los secuestrados: soldados y civiles;  de los asesinados en masacres y de  los discapacitados por las minas. Sumadas las innumerables fosas comunes con miles de restos humanos sin identificar

y el drama de los desplazados que deambulan por las grandes ciudades. Todos, víctimas  de los diferentes actores armados: guerrilla, paramilitares, autodefensas, narcotraficantes y, como si fuera poco, se suman miembros del ejército y de otros organismos del Estado responsables de  ejecuciones extrajudiciales y otras violaciones de los derechos fundamentales. Por todos los motivos expuestos me declaré del Partido de las Mamás. Duelen  profundamente todas las madres y todos los hijos del mundo, víctimas de la barbarie y el exterminio que vienen realizando los señores de la guerra contra los de su misma especie: La especie humana. La deshumanización más aberrante o, más grave aún, el principio del fin de la especie. Como lo he manifestado en otros espacios, estoy convencida de que este mundo no se ha derrumbado porque lo sostiene la débil humanidad de las mujeres.

Fabíola Lalinde”

Confira mais sobre o assunto na entrevista de Lalinde:
http://blip.tv/elretornotv/fabiola-lalinde-entrevista-1739457

As Fronteiras: Retomando a palavra e libertando significados

QUEM SOU EU? AS MULHERES E AS IDENTIDADES REDESCOBERTAS

A  partir  de  uma  dimensão  da cultura, a palavra fronteira desvencilha-se da ideia  de  limite  territorial  definido,  a  priori, como  algo  fixo  para  o  delineamento  de limites.  Liberada  desse  comprometimento, ela  pode  ser  pensada  em  outras  dimensões: como  momentos  de  transição  de  identidades vivenciados  pelos  indivíduos,  no  caso  as mulheres,  frente  às  normas  estabelecidas.

Questionando  o  discurso  determinante  e conectadas  a  processos  de  mudanças,  elas saíram  das  margens  em  que  viviam  e buscaram  reconhecimento  de  si,  fizeram novas  escolhas  identitárias  e  assumiram outras  possibilidades  de  ser,  de  inserção social, associadas à garantia de seus direitos. Reconhecendo  a  existência  desse movimento,  proponho  um  olhar  fronteiriço sobre a inserção de mulheres  na condição de viuvez,  de  modo  a  observar  as  múltiplas identidades  femininas  em  seus protagonismos.

A presente  reflexão pretende levar  em  consideração  os  esgarçamentos sociais  para  além  dos  limites  e  sentidos impostos  –  no  caso,  a  viuvez  –,  dilatar  as fronteiras  de  seus  significados  e  pensar  na possibilidade  de  sujeitos  híbridos, diferenciados,  sendo,  portanto,  móveis  e  se deslocando  a  todo  momento  em  uma performance contínua de atuação, como bem têm demonstrado os estudos contemporâneos sobre  as  relações  de  gênero  que  levam  em consideração as distinções de raça, de classe, de etnia e, principalmente, de gerações.

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