Em breve divulgaremos mais informações sobre a página do evento. Período de inscrições: 10 a 20 de setembro Link s: https://forms.gle/

Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero/LIEG
Em breve divulgaremos mais informações sobre a página do evento. Período de inscrições: 10 a 20 de setembro Link s: https://forms.gle/
Estão abertas as inscrições para participação e apresentação de trabalhos no IV ENCONTRO NACIONAL DO GRUPO DE TRABALHO ESTUDOS DE GÊNERO – ANPUH/SP – Espaços e caminhos dos Feminismos: História, diversidade e resistências.
O evento acontecerá de forma online nos dias 31/11, 01 e 02/12 de 2020.
http://www.inscricoes.fmb.unesp.br/principal.asp
A autora do livro, Jokha Alharti é originada de Omã, pais da Península Arábica. Seu romance alcançou uma das honrarias literárias de maior prestigio do Reino Unido – o prestigioso Man Booker International Prize.. Intrigada com a sua proposta e o interesse em conhecer um pouco mais sobre as mulheres no mundo árabe comecei a leitura. Ela expõem as tradições quase extintas da região e, faz uso das memorias para criar seus personagens , moradoras e moradores em três gerações de uma povoação fictícia, vila de al-Awafi, próxima a capital, Mascate.
Sua perspectiva de gênero expõe personagens masculinos melhor sucedidos do que os femininos, embora ambos podem sair derrotados em suas empreitadas. .
O passado e o presente contemporâneo circulam em sua narrativas, e dentre dentre os 30 personagens, sendo a maioria mulheres, a feminilidade é representada e ajustada às mudanças politicas, econômicas e culturais do país. Ela observa à todxs e capta as emoções e as subjetividades de cada um , a partir de vários ângulos que expressam situações distintas diante da vida. Ela mesma ressaltou:” a felicidade e completamente diferente de pessoas a pessoa”.
A ficção se aproxima da realidade com uma linguagem apropriada que nos toca e nos faz participar da jornada.
https://mundohype.com.br/damas-da-lua-de-jokha-alharthi-fala-sobre-o-oma-moderno-e-as-perdas-e-amores-de-uma-familia/
As Universidade da inglaterra diante da Ementa de Lei das Relações Raciais ( 2000) que exigiu que todas as instituições do setor público elaborassem planos de ação sobre a igualdade racial e outras leis que vieram – Lei da Igualdade ( 2010)- exigindo que políticas diversas confluíssem para um documento: o Plano Único de Igualdade.
Essa regulamentação levou as Universidades a contratar agentes de diversidade para implementar estratégias e ações que viessem enfrentar as questões de Raciais e de Gênero.
https://www.theguardian.com/education/2020/mar/13/universities-traumatise-student-sexual-misconduct-survivors-by-mishandling-cases
Segundo Sara Ahmed, em seu livro Vivir una Vida Feminista, 2018 ela narra a experiência que enfrentou na Universidade de Goldsmith, como uma das contratadas e não foi positiva, o que a levou a pedir seu desligamento do cargo que exercia, justamente para dar suporte à politica de enfrentamento da Diversidade e o Assedio Sexual. .
O trabalho com a diversidade é descrito, por ela, como uma sensação de enfrentar algo que não se move; é sólido e que bloqueia os esforços, embora as tarefas sejam o cobradas .( ela se apoia na imagem de um muro de tijolos que todos os dia é preciso enfrentar e bater a cabeça.). Reforça que : Existe o desejo da instituição de institucionalizar a diversidade porém propor a ideia não significa que ela esteja receptiva. Muitas vezes o que foi proposto não funciona sendo preciso averiguar e constata-se que há mecanismos que impedem a transformação do sistema. Ela descreve como um “trabalho de fontenería institucional ( enganamento institucional) “ ( AHMED, 2018, pag. 139)
Students attempting to report staff sexual misconduct have found that the process was lengthy, traumatising, and ultimately failed to keep them safe. 9Photograph: Astrakan Images/Alamy Stock Photo/Alamy Stock Photo Tradução livre: “Os estudantes que tentaram denunciar a má conduta sexual dos funcionários descobriram que o processo foi demorado, traumatizante e, finalmente, não conseguiu mantê-los seguros.)https://www.theguardian.com/education/2020/mar/13/universities-traumatise-student-sexual-misconduct-survivors-by-mishandling-cases
No Brasil .enfrentamos uma situação semelhante e com muitas resistências. O Sistema de Cotas sistema de cotas tornou-se conhecido em meados dos anos 2000, inicialmente pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ),. enda esta a primeira universidade do país a criar um sistema de cotas em vestibulares para cursos de Graduação e pela Lei nº 12.711/2012, veio a exigência de “ reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 universidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. As cotas raciais so foi implantada em 2014, diante dos movimentos sociais e do feminismo negro.
Ainda há muito que lutar para que todxs e todes tenham o lugar como cidadãos na Unvresidade Pública Brasileira.
O LIEG – UNESP prossegue com as atividades programadas neste 1º Semestre/2020, com a leitura do livro de Sara AHMED, Vivir una vida feminista, Barcelona , 2018.. .
A autora atualmente trabalha em centros e institutos sobre mulheres e feministas, na Inglaterra, desde a decada de 90, colaborando também com universidades americanas, Em 2016, renunciou ao cargo de Diretora do Centro de Pesquisa Feminista da Goldsmiths College, em Londres em protesto à denúncias de Assédio Sexual de estudantes, que não foram levadas à contento,
Em seu bloc deixou uma questão que vem ao encontro de nossas preocupações feministas do LIEG, sobre a Violência de Gênero, os abusos de poder no espaço acadêmico onde segundo a Ahmed há indiferença das instituições e o papel de outsider de quem denuncia:
“ O que acontece quando alguém de uma instituição reclama de más práticas, violação de direitos ou abuso de poder? Nesta palestra, a escritora feminista Sara Ahmed explorou o como aprendemos sobre abusos de poder por parte de quem faz reclamações sobre esses abusos. Ela considera como fazer uma reclamação e essa pessoa que reclamam acabam atrapalhando a felicidade institucional. Fazer uma reclamação também requer se tornar um mecânico institucional: você precisa descobrir como obter uma reclamação através de um sistema. A palestra explora como é difícil desvendar as experiências que levam à reclamação e as experiências de reclamação, e reflete sobre o papel das redes e intimidação”
Bloc de Sara Ahmed – https://www.saranahmed.com/
A reunião ocorrerá no dia 21/05 com a participação da Drª Gabriella Marques, docente da Universidade Estadual de Santa Catarina/UDESC, para debatermos o Capítulo 2 – De cómo nos dirigen. In: AHMED, Sara. Vivir uma vida feminista., p. 69-95.
Divulgaremos o link da Reunião n no dia 20/05.
Na semana de 11-16/05, o LIEG terá o prazer de ter como nossa convidada,a Profª. Drª Joana Maria Pedro/UFCS para debater conosco o Cap.1 – pag. 41-67., do livro de Sara Ahmed.
Dia: 14/05/²020 ás !4:30hs atraves do Google Meet. Enviaremos o link .
Profª Joana Maria Pedro e professora titular da Universidade Federal de Santa Catarina. Fez pós-doutorado na França, na Université d’Avignon, entre 2001 e 2002, e também nos Estados Unidos, na Brown University entre 2016 e 2017. Desempenhou as funções de Diretora do Centro de Filosofia e Ciências Humanas entre 1996 e 2000 e foi Pró-Reitora de Pós-Graduação entre 2012 e 2016. Atuou como Presidenta da ANPUH/ Associação Nacional de História na gestão 2017-2019. Atua como professora permanente do Programa de Pós-Graduação em História e do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas da UFSC. É também pesquisadora do IEG – Instituto de Estudos de Gênero www.ieg.ufsc.br e do LEGH /Laboratório de Estudos de Gênero e História http://www.legh.cfh.ufsc.br/
Tem experiência na área de História, com ênfase em História do Brasil República, atuando principalmente nos seguintes temas: feminismo, gênero, relações de gênero, história das mulheres, memória, história oral, história do tempo presente e história comparativa. É pesquisadora 1A do CNPq.
A nossas autora Sara AHMED:
A autora nasceu em Salford, Inglaterra. Seu pai é paquistanês e a mãe inglesa. Viveu com sua família em Adelaide, na Austrália, desde o início dos anos 1970, onde alcançou seu primeiro diploma
na Adelaide University.
Realizou seu doutorado no Centre fo Critical and Cultural Theory, Cardiff University. Os temas-chave de seu trabalho são: migração, orientação, diferença, estranheza e identidades mistas. Trabalhou no Institute for Women’s Studies at Lancaster University, de 1994 até 2004. Em 2004, foi nomeada para o Departamento de Mídia e Comunicações da Goldsmiths College, University of London, e foi diretora inaugural do Centre for Feminist Research, criado para consolidar a história feminista da Goldsmiths.
Em 2016, Ahmed renunciou ao cargo em Goldsmiths em protesto contra o assédio sexual de estudantes por funcionários de lá, mas continuou seu trabalho como teórica independente. Atualmente, ela mora nos arredores de Cambridge com sua companheira, Sarah Franklin, que é acadêmica na University of Cambridge Sara Ahmed nasceu em Salford, Inglaterra.
( Cap.1 – Fichamento apresentado por Morgani GuzzoLEGH/UFSC, em 06/05/2020 )
A expressaõ ” Améfrica Ladina é da antropóloga brasileira Leila Gonzalez ( 1935 – 1994)
A Améfrica Ladina pretende dar um passo na mesma direção da designação Nuestra América, no lugar de América Latina, que sublinha a latinidade da região, isto é, seus vínculos com a Europa, e oculta ou deixa de lado a participação de outros povos nesse processo, tais como os ameríndios e de origem africana. A expressão Améfrica Ladina, cunhada pela intelectual afrobrasileira Lelia González, busca viabilizar explícitamente a presença dessas populações e das populações mestiças no projeto social da Nuestra América e reivindicar essa herança plural da qual fomos despojados.
Por que “vincular mundos, saberes e disciplinas” e “tecer esperanças”? Em primeiro lugar, porque as marcadas tendências conservadoras, excludentes, misóginas e racistas que caracterizam essa recente “guinada para a direita” que enfrentamos em nossa região exigem um grande esforço conjunto intelectual e político para serem explicadas e desafiadas. Em segundo lugar, porque a racionalidade neoliberal, que espalha os valores do mercado a cada esfera da vida, fragmentou e rompeu o tecido social da região e o reconhecimento de uma humanidade comum, aumentando a desigualdade de classes, gênero, etnia e cor da pele. E, em terceiro lugar, porque, neste contexto, precisamos proporcionar a possibilidade de se pensar e interpretar diferentes modos de vida coletiva e gerar diversas práticas colaborativas de produção do conhecimento.
Diante da constatação dos efeitos dessa direitização do continente e do desalento que se produz e se generaliza, vale a pena voltar nossa visão e nossas expectativas aos ensinamentos trazidos por muitas lutas concretas e cotidianas dos que se encontram próximos da Améfrica Ladina, a fim de dar sustento à vida coletiva e individual, humana e interespécies, preservando-a, reparando-a e a prolongando. Eles e elas entretêm vínculos sociais, praticando os princípios de solidariedade, cuidado mútuo e compartilhamento recíproco. Mas em que medida essas experiências incidiram sobre as políticas públicas, ou foram escutadas essas vozes nos órgãos de decisão política?
Sob a perspectiva que abre o projeto da Améfrica Ladina, os “estudos latinoamericanos”, junto a outras formas de pensamento escoradas nas lutas pela despatriarcalização, pela emancipação e pela descolonização, podem responder de novas maneiras a perguntas específicas e a necessidades tanto intelectuais como materiais da região.
O Congresso LASA2020 convida a tomaremse alguns passos nessa direção; vinculando de modo cada vez mais estreito o legado intelectual internacional às realidades e experiências “ladino-amefricanas”; encorajando uma análise profunda da estrutura e dinâmica de poder e dominação que inclua o comunicacional, o midiático e os contrapúblicos das redes sociais; fomentando os debates horizontais e interdisciplinares entre os estudiosos latinoamericanos, junto aos movimentos sociais; incorporando os académicos que trabalham sobre a América Latina e se comunicam principal ou exclusivamente em inglês, em condição de igualdade, isto é, sem uma voz privilegiada ou dominante; promovendo uma participação maior de intelectuais indígenas e afrodescendentes (mulheres e homens) em todas as seções; melhorando as oportunidades para que esses intelectuais participem das diferentes atividades acadêmicas promovidas pela LASA.
Precisamos entrelaçar mundos e saberes que abordam o mesmo problema a partir de perspectivas e ângulos diferentes, cuja separação foi acentuada pela lógica de mercado e pelas tendências políticas direitizantes. É necessário tecer esperanças, intelectuais, sociais, ecológicas, políticas e culturais para avançar pelo caminho sinuoso de busca de um futuro sustentável no qual a Améfrica Ladina tenha relações de sobrevivência e reexistência para compartilhar.
O LIEG – Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero, ligado à UNESP/Marília, inicia suas atividades de 2020 com o Grupo de Estudos “Gênero e Feminismos em tempo de epidemia”. Os encontros serão às quintas-feiras, às 14h30, a partir da plataforma Google Meet. Quem tiver interesse em participar, entre em contato conosco!
Aposto na nova geração de pesquisadoras, à exemplo da professora de Ensino Medio/SP, Mariana Alves de Sousa , negra, aluna do Mestrado Profissional em Sociologia – PROFSOCIO_ da UNESP, campus de Marília.
Foi gratificante orientá-la em sua pesquisa em parceria com a Profª. Valeria Barbosa/UNESP. Trabalho de certa forma pioneira onde assume o lugar do seu discurso e identidade de gênero . A dissertação é intitulada :” CAMINHOS PARA PROMOVER O RECONHECIMENTO DA NEGRITUDE FEMININA POR MEIO DO ENSINO DE SOCIOLOGIA” .
Com um tempo exíguo para cursar as disciplinas obrigatórias do Curso , lecionar, realizar as leituras indicadas, além de fazer uma minuciosa pesquisa de campo na escola onde trabalha.. De fato uma empreitada digna de mérito. Como sua orientadora fiquei impressionada como tratou de maneira atenta e correta a discussão teórica com xs autorxs ( ver referencias) de várias nuances onde gênero e a interseccionalidade foram ferramentas de análise muito bem conduzidas.
Aprovada com distinção pela Banca , realizada através do Hangout/Google no dia 30 de março de 2020 demonstrou como o acesso à informação científica associada a um trabalho empírico/etnográfico fornecem as condições necessárias para que um nova geração de mulheres possa alçar o espaço intelectual e o mundo acadêmico.
Deixarei em Anexo o Power Point de sua Apresentação para a Banca .